Antropologia da Saúde
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[edit] Objectivos
Esta disciplina visa familiarizar os alunos com as questões levantadas pela diversidade de sistemas nosológicos e terapêuticos, e as estratégias diversificadas para fazer face a problemas derivados das grandes migrações da actualidade, das pandemias, da globalização das práticas da biomedicina e dos seus limites, do ponto de vista da antropologia da saúde e da doença. A cadeira funciona em regime de seminários, com apresentação de estudos de caso por convidados.
Competências a desenvolver
- Possuir uma visão abrangente da diversidade de sistemas nosológicos, práticas terapêuticas, e do seu enquadramento social e simbólico.
- Possuir um conhecimento e orientação gerais em relação às problemáticas da antropologia da saúde
- Possuir um conhecimento de etnografias diversas na área da antropologia da saúde.
- Situar a problemática do desenvolvimento sócio-cultural.
- Demonstrar a capacidade para realizar e apresentar de forma escrita e oral um trabalho de investigação de pequena dimensão que comprove a capacidade para localizar e recuperar informação bibliográfica de fontes diversificadas para a utilizar no tratamento de um tema.
[edit] Programa
A abordagem antropológica sobre a noção de saúde e doença caracteriza-se por procurar enquadrar as nosologias individuais no seu quadro social e cultural, e na multiplicidade de interpretações, processos sociais e institucionais, reorganização de identidades locais, familiares e laborais a que estes processos dão lugar. Os estudos de antropologia sobre a questão da saúde e da doença foram inicialmente influenciados pelos trabalhos sobre ritual e debruçaram-se sobre as práticas terapêuticas de comunidades distintas entre si. Nos anos 70, com os trabalhos inovadores de Charles Leslie, a antropologia debruçou-se sobre o pluralismo médico, reconhecendo que os indivíduos recorrem a múltiplos sistemas de explicação causal para fazer face a situações de aflição (affliction). Por outro lado, o estudo sobre outras formas de conhecimento médico estruturado, nomeadamente as tradições ayurdevica e chinesa, conduziu ao reequacionar da hierarquia de saberes médicos ocidental. Actualmente, a antropologia da saúde e da doença é um campo prioritário, onde são equacionadas questões sobre o pluralismo médico, a leitura social da doença, o acesso diferenciado a cuidados de saúde, a mercantilização da farmacologia como um processo de globalização, a intervenção comunitária face às pandemias (nomeadamente com o alastrar do HIV-SIDA), as múltiplas relações entre práticas terapêuticas e religiosas, entre outros. Nesta disciplina serão abordadas as questões da antropologia da saúde e da doença recorrendo a estudos de caso e etnografias.
[edit] Processo de Avaliação
A avaliação consistirá de:
- Participação nos seminários e discussão dos textos apresentados (um texto de leitura colectiva por seminário, com entrega de tópicos de discussão sobre o texto de seminário, máximo 1 página). Ponderação: 30% da avaliação final
- Apresentação de um texto em seminário (apresentação individual) e de uma ficha de leitura. Ponderação: 20% da avaliação final.
- Ensaio escrito (max. 10 páginas) sobre um dos temas apresentados. Ponderação: 50% da avaliação final
[edit] Processo de Ensino-Aprendizagem
O estudo individual basear-se-á na documentação indicada nas aulas (bibliografia especializada, obras de ficção, documentários áudio-visuais) e na pesquisa realizada pelos alunos em bibliotecas, na internet e nos media. Este trabalho será orientado durante as 14 aulas teóricas previstas no programa. Os seus resultados serão apresentados em seminários (6 aulas) ou nos tempos dedicados à discussão dos trabalhos em curso, documentários e documentos vários (4 aulas).
Total de horas: 168 horas
- participação em aula/seminário: 30 horas
- preparação de seminários: 56 horas
- preparação de apresentações em seminário: 10 horas
- trabalho final: 72 horas