Avú

From Panol

O maior de todos os dornas, filho de Danú Castanho e pai de Danú Castanho II.

Avú foi responsável por reunir as tribos e clãs dornas em torno de um único líder.


Contents

Nascimento

Avú era descendente de uma família dominante do clã Danú. O Clã Danú dominava muitos outros clãs importantes que, por sua vez, dominavam outros clãs. Este sistema feudal faria a família Danú dominar o que se chamaria de tribo Danú.

Avú nascera em 1934 AEC.

Situação política na sua infância

Avú nascera num período em que seu pai subjugara outra tribo grande, os mains, e encontrava focos de resitência. Havia ainda o inimigo vizinho, os dornas teludins. Na tribo Sinco havia luta constante pelo poder e internamente, sua tribo se via com sérios riscos de se ver envonvolvida numa espécie de guerra civil entre dois grande clãs sujeitos à Danú Castanho. Nas margens do rio Êibreram, os laianús e os manedains lutavam frequentemente. Havia ainda um risco constante de invasão de povos estranhos aos dornas, como o próprio Avú experimentaria mais tarde.

A infância de Avú não fora fácil. Quando tinha 12 anos, seu pai morreu combatendo revoltosos nos campos dornos e os clãs Trieda e Deriova passaram a lutar entre si para dominar a tribo, tentando retirar o clã Danú do poder. Deriova venceu, e as esposas de Danú Castanho foram tomadas por líderes dos Deriova, inclusive sua mãe. Quanto aos filhos, foram separados das mães e mandou-se lhes que atravessassem o Andavuí e seguissem seu caminho. Ora, as terras após o rio eram arenosas, e não havia água, nem alimento de qualquer espécie. Isso era, portanto, uma condenação à morte.

Assim, Avú desesperadamente via seus irmãos e meio-irmãos morreream de sede, nos dias a seguir, inclusive o primogênito de Danú Castanho, Danú Herdeiro. Mas simplesmente Avú regressou, desejou morrer pela espada do que pela sede. Encontrou o clã Deriova destruído pelos Trieda, e soube que os Sinco estavam vindo para os Peitos de Anabiú. Ele, aos 12 anos de idade, apresentou-se aos Trieda para lutar contra os Sinco, dizendo que era melhor a liderança nas mãos dos Trieda do que na mão dos habitantes do Toda. Mas hordas vindas do norte, de perto da Grande Floresta, os atacaram primeiro. Aqueles nortistas selvagens assim o eram na batalha. Não temiam a própria morte. E o que a batalha entre os Doriova e Trieda não arruinou, os selvagens arruinaram. A mãe de Avú, que fora poupada pelos Doriova e pelos Trieda, fora assassinada por eles. Foram embora com muito despojo, prometendo voltar para limpar a terra, desejando transformar tudo em estepes para o gado.

A subida ao poder

Os sinco, porém, não vieram para lutar contra eles, e restabeleceram o clã Danú no poder da tribo. O legítimo governante foi, por isso, Avú, filho de Danú Castanho. Avú, aos 12 anos, líder dos Danú, refletiu sobre a desgraça ocorrida em sua vida. Sobre a perda de seus parentes, seus amados pais … refletiu sobre as dispensáveis lutas internas de poder entre os clãs, dentro de uma tribo, as desnecessárias batalhas inter-tribais e a ameaça externa, que graças a compaixão dorna dos Sinco foi eliminada. Todos os indícios apontavam para um fato: os Dornas precisavam ser reunidos.

Dominação e reunião dos dornas

Um objetivo: reunir os Dornas. Avú havia aprendido, através da união dos Sinco com suas escassas forças locais, que a união Dorna poria fim aos conflitos internos e serviria de proteção aos conflitos externos. De fato, Kanutã recebia estranhas visitas, aparentemente de gente espionando a região. Como pode-se imaginar, a região inicial do rio Dorna e seus afluentes é rica e própria para o plantio. De fato, os longínquos daias já demonstram interesse na área, mas alguma coisa fê-los desaparecer por um tempo. Bem, Avú não sabia do que acontecia em Kanutã.

Mas Avú considerava suas conclusões como uma iluminação. Algo que devia ter sido forjado em sua mente por alguma entidade superior aos homens, para auxiliar os dornas. Passou a encarar a união dor dornas, pela diplomacia ou pela força, como o ato mais importante a acontecer no mundo, mesmo que grande sacrifícios pudessem ser exigidos. De fato, Avú achava que sua família foi sacrificada para que ele pudesse ter tal “iluminação”.

O primeiro passo era fortalecer sua posição junto ao clã. Castigou os Deriova e Trieda, todos os membros do clã, independente de terem poder de decisão no clã, ou não. Depois convocou todos grandes clãs, exigiu que dessem os nomes de seus vassalos, exigiu que os vassalos jurassem obediência diretamente a ele, ao invés de servir-lhe por ter jurado vassalagem aos vassalos dele. Assim o fez com todo líder de clã, influente ou baixo na classe de clãs. Então, todos os líderes de clãs tiveram de assistir a morte dos principais entre os Trieda e os Deriova, e isso incluiu algumas esposas destes. Depois, seu arauto anunciou que as invasões externas e pilhagens como as que foram presenciadas neste ano estariam no fim. Todos os clãs seriam iguais e somente o clã Danú seria dominante. Foi prometido a todos os leais a Avú, como recompensa, sua amizade e gratidão, que poderá evidenciar-se de muitas maneiras. A quem o trair ou não submeter-se a ele, um destino cruel o apanharia. Informou-se aos ali reunidos, que dominariam não só um pequeno clã, mas seriam uma tribo que dominaria todos os dornas, seja pela paz, ou pela lança. Após o discurso de seu arauto, Avú foi ovacionado como o líder de todo dorna por direito, e ele achou que isso foi inspirado pelos seres superiores (deuses). Avú considerava todo sofrimento por ele imposto, como “as dores de parto”, necessária antes de algo belo (a saber, o nascimento de uma nação poderosa).

Esperou dois anos organizando uma ofensiva contra os Mains rebeldes (chamados Mains pelos Danú, mas de Tonieda pelos Mains que se submeteram a Danú Castanho, e agora se submetiam a Avú. Neste ínterim, conversou com danús experientes em batalha e ouviu tudo o que podia, e aprendeu. Seja como for, foi um de seus generais, Anieta Flechador, o responsável pela vitória contra os mains rebeldes. Avú foi junto, discutiu com os generais as batalhas, dava seu ponto de vista, mas respeitava Anieta Flechador e dava preferência às idéias dele. Aqui, Avú tinha 14 anos e dominava uma grande tribo (pois Danú e Noroda eram as maiores) que acabava de anexar outra tribo. Os férteis campos dornos foram uma excelente aquisição.

Os demais dornas nem se importaram com a anexação, uma vez que não apreciavam os Mains, e encaravam o ato como um acerto de contas entre as duas tribos, e não se envolveram. Avú esperou mais dois anos, e neste tempo os teludins capturaram clãs que estavam sob Danú (e antes pertenciam a Mains) e viviam num trecho de terra plano, no encontro do rio Andavuí com o rio Dorna, na porção ocidental. Isso irou Avú e houve conselho e desejo de represália, mas Avú temia os Noroda, e uma guerra contra Teludin levaria rumores até eles, e Noroda investigaria o que estaria acontecendo. Danú ainda não se recuperara plenamente do golpe que sofrera com os selvagens do norte e as lutas internas. Avú decidiu, portanto, desviar seus intentos temporariamente ao vale do Êibreram.

As campanhas em Mains trouxeram a Danú sinais de que Manedain e Laianú ainda batalhavam entre si. Assim, Avú enviou emissários a Manedain, oferecendo seu exército contra os Laianú. Se a batalha fosse vencida, toda a região de Laianú seria entregue aos cuidados de Manedain, mas Manedain deveria obediência a Avú. Somente um dos 5 emissários voltou, sem língua, para trazer uma carta a Avú. O que estava lá escrito ninguém soube, nem Avú, pois os dornas usualmente não escreviam e o líder dos manedain deve ter usado uma forma de escrita semelhante à dos Dornas da Nascente. Bem … nem precisaria de carta para saber da resposta. Avú enviou mais 5 (temerosos) emissários, agora para Laianú. Laianú enviou os 5 de volta, junto com uma comitiva para acompanhá-los e certificarem-se de que chegariam bem. Agradeceu a oferta de Avú, mas não a aceitou.

Houve guerra, Avú dominando os danús e os mains combateu os manedains e os manedains não prevaleceram. Seus líderes foram enforcados depois de terem suas línguas cortadas na presença do emissário que teve a sua decepada. Alguns clãs que haviam sido recentemente obrigados a prestar serviço a Manedain, mas outrora pertenciam a Laianú cruzaram o rio Êibreram, só para enfrentarem Avú pela segunda vez. Avú cercou Laianú, exigindo rendição e submissão, e isso não foi aceito. Levou meses à tática de guerrilha adotada pelos laianús, mas Avú predominou mais uma vez, e dominou a região.

Agora ele enviava alguns generais danús, mas nenhum soldado danú, somente mains, laianús e manedains (estes por enquanto em agrupamentos distantes uns dos outros) para demonstrar sua força perante Kanutã. Ao perceber que Laianú e Manedain estavam subjugados, e que as guerras entre eles cessariam, e que não teria força para resistir a Avú e à tribo Danú, Kanutã fez acordos de paz, e desejou aliançar-se a Avú. Isso lhe rendeu o governo de todo o vale do Êibreram. E Avú voltou ao seu lar e pôs um de seus generais como governante dos mains, e passou a cobrar tributo, e a providenciar treinamento militar nos campos dornos e no vale do Êibreram, e principalmente nas terras entre o rio Andavuí e o rio Dorna. Quanto ao líder de Kanutã, este mesmo governava, mas era acompanhado de fiscalizadores danús, que se certificavam de que este não estava re revoltando contra Avú. Avú foi para casa, mas enviou dois de seus generais com um imenso exército, que além de danús, estava fortalecido por manedains, laianús e kanutãs. Estes foram varrer os teludins, e pouquíssima alma permanceu viva. Os teludins não esperavam, jamais, tal força de combate, mesmo sabendo um pouco da movimentação que acontecia no outro lado do rio dorna, onde estão Laianú e Manedain.

Com o passar dos anos, a paciência conjugada com a sabedoria tática deram a Avú importantes vitórias. Sempre evitando os norodas, mas muito perto deles, Avú fez os nomoriteus se renderem, bem como os daiaús. Enquanto isso, um de seus generais, Banú, seu primo, comandava uma sangrenta luta no vale do Uipirãp. Mais tarde ele diria a Avú: “São loucos, sem amor à vida”. Esta frase seria a mesma dita pelos sistartes, ao se referirem aos silvos, na guerra silvo-sistarte. Os clãs não estavam unidos de forma alguma, e engoli-los um a um seria tarefa fácil, não fosse perseverança destes clãs. Homens difíceis de serem domados, morriam, mas não se submetiam. Houve uma sangrenta campanha nas duas margens do rio Uipirãp. Poucos dornas sobreviveram. O que torna isso interessante é que, diferente dos teludins, Avú pretendia matar o mínimo possível de dornas do Uipirãp, e Banú sabia disso, mas não pôde fazer diferente.

Banú veio a ser o homem de confiança de Avú, e seu amigo íntimo. Depois de tais vitoriosas campanhas, Avú e Banú regressaram às terras entre os rios Andavuí e o Dorna. Lá organizaram o domínio conquistado, abafaram revoltas e organizaram sistemas de mensageiros montados.

E os anos passaram, e Avú hesitava. Ainda haviam os sinco, os norodas e os dornas da nascente. Mas Avú aparentemente desejava solidificar sua autoridade no que já havia conquistado. Quando Avú já estava com 24 anos, uma luta interna na tribo Sinco abriu uma oportunidade para retribuição. Naquela ocasião os iants já não eram ameaça para os sincos, mas outro clã (Nestra), numa luta pelo poder, avançavam contra os sinco. Avú chegara tarde, e os sincos foram assassinados, e seus dominados debandaram para o outro lado. Avú guerreou contra os nestras, e prevaleceu, e eliminou os nestras. Procurou um que tivesse sangue sinco e fosse influente e restituiu os Sinco no poder local, mas, antes, este jurou obediência a Avú.

Dali, emissários foram enviados a Noroda. Para surpresa de Avú, a gigante tribo resignou. Os norodas perceberam a diminuição de lutas internas entre os dornas, após o domínio de Avú. Pensavam também que era inútil resistir. Para completar o domínio dos dornas, só faltavam os dornas da nascente...

Estes foram os mais difíceis. Pela primeira vez, as forças dornas de Avú foram barradas, mesmo contendo várias tribos unidas (as três do Êibreram mais o que sobrou dos teludin). Num segundo ataque que passou a incluir as forças dos sincos e dos norodas, Javú-Oda, o bravo líder dos dornas da nascente, foi capturado. Os dornas da nascente o amavam, e alguns heróis foram resgatar-lhe, e tiveram êxito. Javú-Oda sabia que era uma guerra sem esperança de vitória, pois não poderia lutar contra todos os outros dornas confederados. Ao ser liberto, porém, infligiu uma derrota vergonhosa aos dornas que o cercavam, que excediam em número.

Ao receber notícias de tamanha derrota, Avú, em pessoa, foi comandar a tomada dos dornas da nascente. Javú-Oda era brilhante estrategista militar, mas sabia que Avú também o era, e dominava um exército maior. Javú-Oda liderou então uma incrível manobra: Encurralados entre o "mar alto” (ou mar de Tamblem, como chamariam mais tarde os neldaris), e uma incrível armada comandada por Avú em pessoa, os dornas da nascente fizeram, na noite anterior ao combate, jangadas, colocaram nelas suas famílias, provisões e esperanças. Achavam que havia alguma chance de atravessar o Valíadas e esbarrar em alguma terra. Na verdade, encontraram uma ilha, e souberam que o "mar alto" não era um oceano, como é o Valíadas. Lá fundaram uma nova civilização. E Avú abateu seus batedores, cegos que não trouxeram a informação importante, e não evitaram que Avú atacasse ninguém, pela manhã.

Djeneni escreveu os feitos da época em três obras: “Pardiras Atacados” “Javú-Oda Retornando” “Nas Águas - Apar e Dirá

Para Avú, ficou o consolo de que os dornas que ficaram nas terras foram todos submetidos ao seu poder.

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