Criacionismo

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De William Blake:"Urizen como o criador do mundo material" de Europa, uma Profecia 1974

A visão criacionista foi durante muito tempo à explicação mais aceita sobre a Criação e desenvolvimento do Universo e da vida. Mas durante vários séculos até a era contemporânea, com o avanço das ciências naturais e o seu posterior desvinculamento da religião, novas explicações foram deduzidas sobre a origem do Universo, do planeta Terra e da vida. Essas transformações geraram e até hoje geram um enorme conflito entre certos grupos religiosos, onde os cristãos se configuram como os principais proponentes dessa polêmica que pode ser definida pelo seu mais famoso embate: Criacionistas X Evolucionistas.


Contents

Definição

Criacionismo é um termo geral utilizado para definir o sistema de crenças em que se afirma que o Universo e tudo contido nele (galáxias, planetas, a vida, etc.) foram criados por uma entidade inteligente. O criacionismo em si é dividido em varias vertentes e sub-vertentes, dependendo da religião que ele se origina (certos tipo de criacionismo não tem ligações com religiões), e na interpretação que cada grupo de criacionistas da à Criação do Universo ou do mundo. Normalmente ligando a Deus o papel da entidade inteligente, mas nem sempre, podendo-se também ser atribuído a alienígenas e em alguns casos a identidade do desenhista pode ser deixada em aberto.

Tipos de criacionismo

Se nos apegarmos fielmente a definição de criacionismo, então qualquer grupo, religioso ou não que professe a crença da Criação do mundo em um ser inteligente pode ser considerado criacionista. Teríamos que listar praticamente quase todas as religiões do mundo o que se torna inviável. Portanto esse artigo comentará os grupos criacionistas mais aparentes, ou seja, os que fazem militância pela causa, ou se denominam criacionistas.

Grupos criacionistas podem ser classificados das mais variadas formas já que o critério escolhido para dividi-los sempre será subjetivo. Portanto a classificação a seguir não é a "certa" sendo que classificações diferentes podem ser encontradas, devido à característica da variedade entre os grupos criacionistas.

Os criacionistas podem ser divididos em três grandes categorias:

  • Os que acreditam que a entidade inteligente é Deus ou Deuses: Os representantes desse grupo são normalmente relacionados a religiões. Teoricamente todas as religiões que englobam a criação do Universo por Deuses podem ter adeptos que se denominam criacionistas. Embora isso não ocorra na pratica, já que nem todas as religiões se preocupam em legitimar suas crenças cientificamente ou tem interpretações literalistas do ato da Criação; fazendo com que nem todas as religiões se apresentem "Criacionistas", muito menos seus adeptos. Nessa categoria, o cristianismo é a religião mais participativa, tendo como principais grupos: O Young-Earth Creationism (Criacionismo da Terra Jovem, conhecidos como YEC´s na sigla em inglês) e o Old-Earth Crationism (Criacionismo da Terra Antiga, conhecidos como OEC, na sigla em Inglês). Mas isso não quer dizer que não existam grupos de outras religiões, como no judaísmo e no islâmismo, embora sua participação na mídia seja pouca ou nenhuma. Vale fazer uma pequena observação aqui. Embora YEC´s e OEC´s seresm grupos cristãos, nada impede de grupos de outras religiões estimarem a idade da Terra ou do Universo, é também serem classificados pelo mesmo termo.
  • Os que acreditam que a entidade inteligente seja uma forma de vida inteligente (alienígenas): Esse ramo do criacionismo afirma que o ser humano foi criado a partir de manipulações genéticas de espécies ancestrais, realizados por alienígenas. Esses alienígenas foram considerados Deuses pelas primeiras civilizações da antiguidade, devido a sua superioridade tecnológica, os colocando como seres "sobrenaturais" e inexplicáveis. Portanto dentro dessa visão de criacionismo, todos os livros sagrados relatando a relação sobre os homens e os Deuses são na verdade os relatos históricos mistificados desses povos com as civilizações alienígenas. Esse grupo é basicamente alimentado pelas ideias de autores que ficaram famosos pela criação da Hipotese dos Antigos Astronautas por autores como Erich von Däniken e Zecharia Sitchin, embora os mesmo não se denominam como criacionistas.
  • Os que acreditam na entidade inteligente, mas deixam sua identidade em aberto: Esse grupo já é um ramo um tanto separado do criacionismo em geral. Eles acreditam que o Universo a vida, ou certos sistemas que compõe a vida, são complexos de mais para terem surgido pelas simples convergência da natureza, inferindo então que uma entidade inteligente foi necessário para criá-los. O ponto interessante desses grupos é de que eles não dão uma identidade a sua entidade inteligente, fazendo com que muitas das alegações que eles façam sejam usadas por outros grupos criacionistas para legitimar suas hipóteses. O Intelligent Design (Design Inteligente ID, na sigla em inglês) é o mais conhecido, tendo alguns grupos divergindo no que é ou não projetado por uma entidade inteligente.


Criacionismo cristão

A Criação de Adão. Patriarca da humanidade no cristianismo, judaísmo e islamismo.

O criacionismo cristão é dividido em três grupos principais:

  • Criacionismo da Terra jovem: Os Young Earth Cretionists acreditam que o Universo e a Terra tenham sido criados recentemente (aproximadamente de 6 a 10 mil anos atrás) e toda a vida contida nele de acordo ao texto de Gênesis (literalistas). A maior parte aceita a "microevolução" enquanto um grupo menor não, mas todos em geral negam a "macroevolução". Dentro da microevolução existem os que defendem que Deus criou vários grupos de animais separados, chamados de tipos criados (created kind) e que através da microevolução, eles se adaptaram aos mais diversos ambientes, mas continuando o mesmo "tipo" de animal. Já existem outros que negam prontamente qualquer existência de evolução, afirmando que Deus criou todas as espécies como elas são até hoje sem modificações.

Os YEC´s tendem a negar praticamente todas as bases de ciências como a Astronomia, Peleontologia, Biologia, Geologia e etc.

  • Criacionismo da Terra antiga: Os Old Earth Creationists compartilham a maior parte de suas características com os YEC´s mas divergem em certos pontos da interpretação bíblica e da idade da Terra. Os OEC´s acreditam que a Terra foi criada em um período remoto entrando em acordo com a idade estimada pela ciência de 4,5 bilhões de anos. Eles também defendem que certas partes do Gênesis devem ser interpretadas metaforicamente. Mesmo entrando em concordância com a maior parte das ciências, os OEC´s ainda não aceitam a Teoria da Evolução em sua totalidade, ou a repudiam totalmente.
  • Evolucionismo teísta: Os Theistic Evolutionists acreditam que o Universo, o planeta Terra e vida foram criados por Deus , mas diferem dos outros grupos criacionistas por aceitarem completamente a Teoria da Evolução, vendo ela como uma ferramenta para com a qual Deus construiu a vida na Terra. A maior parte do grupo aceita uma visão alegórica do relato do Gênesis e entram em conformidade com as ciências em si. Existem pequenas divergências sobre o papel do homem na evolução. Enquanto alguns grupos acreditam que os seres humanos evoluíram da mesma forma que outros animais, outros vêem que o homem foi à criação especial de Deus, tendo uma evolução mais "planejada" que as dos outros animais.

Criacionismo judaico

Para saber mais criacionismo judaico

O criacionismo judeu não se difere muito do criacionismo cristão, já que compartilham da mesma história da Criação. As vertentes também não se alteram, existindo criacionistas e evolucionistas teístas. As unicas coisa que se alteram são as interpretações dadas a Criação e como ela vem refletir na religiosidade do adepto. A maior parte dos judeus se considera evolucionista teísta, embora os criacionismo mais literais ganharam enorme espaço entre os segmentos Ortodoxos do judaísmo. Mas isso não é necessariamente uma regra, podendo existir ortodoxos que acreditam na Evolução como liberais que não acreditam.

Criacionismo islâmico

Para saber mais criacionismo islâmico

O criacionismo islâmico se difere muito pouco dos demais. Em questões de Criacionistas literalistas, divergem em algumas passagens do Genesis da Biblia já que o Alcorão é que apresenta um relato mais sofisticado, enquanto a Criação contida na Biblia seria uma corrupção do verdadeiro relato. Movimentos mais liberais dentro do islamismo apresentam um ponto de vista evolucionista teísta em relação a criação,sendo o homem diretamente criado por Deus.O criacionismo mais literal tem maior apoio entre as populações da Malasia, Indonesia, e entre algumas comunidades no Ocidente. A capital do criacionismo literalista é a Turquia onde seu maior proponenete,Harun Yahya (pseudonimo de Adnan Oktar) organiza conferencias, palestras e é chefe de uma Organização de Pesquisa Criacionista.

Exocriacionismo

Embora não existe uma grupo que se denomine exocriacionista (já que o termo é cunhado pelo site sapiens), grupos que acreditam na criação da vida ou da humanidade por seres inteligentes entram na definição do que é criacionismo e portanto mercem comentarios acerca de suas crenças.

O exocriacionismo, muito popularizado por escritos famosos de teorias não ortodoxas sobre o desenvolvimento da espécie humana, postula que em um determinado período da pré-história, civilizações alienígenas conduziram experiências de manipulação genética nos primatas ancestrais de nossa espécie, misturando DNA alienígena e primata, formando assim o Homo Sapiens e alguns de seus ancestrais mais próximos no processo. Depois do período de criação, essas civilizações permaneceram na Terra, exercendo suas influencia nos seres humanos, em um processo de aprendizagem e transmissão de conhecimento. Desde astronomia, as ciências naturais, ao uso de utensílios, esse grupo particular acredita que a maior parte da tecnologia e cultura das civilizações e grupos humanos do passado foi de origem alienígena. Essa crença é apoiada pelos incríveis monumentos criados por civilizações que aparentemente não apresentam o aparato tecnológico parar realiza-las, como as pirâmides tanto egípcias quanto das civilizações da América central, quanto os Moais de pedra gigantes da ilha de Páscoa. Outro grupo de evidências são as escrituras sagradas das religiões. Elas são interpretadas, pelo exocriacinistas como o relato histórico distorcido dessa interação das civilizações alienígenas e da espécie humana. Dentro do exocriacionismo, existe uma miríade de interpretações sobre quais Deuses são os alienígenas. Alguns acreditam na intervenção de uma única civilização ao redor do mundo e cada grupo humano a divinizou de maneira diferente em seus textos sagrados. Outros grupos acreditam na intervenção de várias civilizações alienigenas, que em alguns casos brigavam pelo controle do planeta, ou influenciaram civilizações em particular sem manter contato com outras.

Os principais grupos exocriacionistas :

  • Movimento Raeliano: Raelismo é um sistema de crenças promovido pelo Movimento Raeliano, uma seita que acredita que alienígenas cientificamente avançados conhecidos como Elohim (nome retirado dos textos hebreus da Bíblia Cristã e do Tora normalmente traduzido como Deus é traduzido pelo movimento raeliano como “aqueles que vieram do céu”) criaram a vida na Terra através de engenharia genética, e que a combinação de clonagem humana e “transferência de mente” podem promover a imortalidade. Raelismo é classificado como um novo movimento religioso pela maioria dos estudiosos e governos, mas tem sido vista por alguns como uma seita. Tem sido também caracterizada por muitos observadores como um tipo de “Religião OVINI” (UFO religion). Além dos Raelianos existem grupos ou pessoas que acreditam que existiu uma influencia alienigena na vida da Terra, como por exemplo a crença nos Annunaki

Desenho Inteligente

Para saber mais desenho Inteligente

O Desenho Inteligente (Intelligent Design) postula que certas características do Universo e dos seres vivos são mais bem explicadas por uma causa inteligente, e não por um processo natural como a seleção natural. Seus defensores aclamam intelligent design como uma teoria cientifica que é considerada no mesmo nível, ou até superior, as teorias propostas pela comunidade cientifica em relação à origem da vida.

Suas divisões são tênues e pouco significativas. Enquanto alguns acreditam que toda a vida e o Universo foram criados por uma entidade inteligente, outros postulam que só certas partes dos organismos e do Universo foram criadas por essa entidade inteligente.


Argumentação criacionista

Apesar da predominância de correntes evolucionistas nos meios acadêmicos, alguns cientistas tornaram-se notados por defenderem o criacionismo clássico, que envolve a crença num criador. Note-se, contudo, que a Ciência não pode tratar de assuntos de fé, mas apenas daquilo que é observável e passível de experimentação. Um cientista pode defender princípios religiosos ou ideológicos, mas esses princípios religiosos ou ideológicos não passam a ser científicos por serem defendidos por um cientista. Os argumentos de pessoas pertencentes a comunidade científica em favor do criacionismo apontam para a organização e exactidão das leis naturais. Esta visão dá uma imagem que se parece com aquela proposta por Isaac Newton, ao comparar o mundo a um mecanismo que evidencia um projecto inteligente e sobrenatural. As novas tendências científicas têm, contudo, levado a uma diferente visão do universo, menos determinista e mecanicista. É comum dar como exemplo a distância propícia entre o Sol e a Terra, que permite temperaturas amenas que possibilitam a continuidade da vida - é interessante verificar que este mesmo argumento é utilizado pelos evolucionistas para referir o carácter excepcional da posição da Terra, não para uma suposta "continuidade" (palavra que implica a ideia de um projecto ou um plano para a Criação), mas para a sua emergência e evolução.

Indivíduos teístas, que aceitam as hipóteses científicas podem ver nas características e regularidades da natureza (como a regularidade verificada nos elementos químicos na tabela periódica ou o facto de os acontecimentos físicos obedecerem a leis que podem ser expressas em equações matemáticas "exactas"), base para se pressupor uma ordem, são citados e interpretados como prova da existência de um legislador que legisla e faz cumprir essas leis. Por essas mesmas leis, o universo teria vindo a existir, e teria se desenrolado sua história, sendo parte dela a origem e a evolução da vida na Terra. Criacionistas, no entanto, não acreditam que o universo e suas partes tenham sido criados segundo essas leis, mas que tudo foi criado do nada (ou "ex nihilo", termo em latim mais sofisticado) e só então essas leis passaram a vigorar.

A complexidade e organização estrutural das formas mais simples de matéria viva são apontadas pelos criacionistas como prova de uma criação determinada e não a consequência evolutiva de um caldo orgânico primordial desorganizado. De facto, a probabilidade matemática de que a vida tenha surgido espontaneamente de uma sucessão de eventos casuais numa ordem específica é considerada por alguns matemáticos pequena demais. No entanto, é precipitado e inválido falar-se em probabilidades sem estar se referindo a processos e mecanismos específicos de cada etapa até a origem da vida.

O método que permite recriar um organismo a partir de fragmentos do seu corpo (um dente fossilizado, por exemplo) é duramente criticado pelos criacionistas que consideram abusivas as conclusões como a apresentação de antepassados do Homo sapiens com traços simiescos. No entanto o mais célebre alardeador dessa possibilidade foi o criacionista Richard Owen, que embasava essas deduções no conceito de homologia por ele proposto, mas que via não como indício de ancestralidade comum, mas de projeto para mesma função.

Fraudes nos trabalhos e pesquisas envolvendo fósseis (como o 'Homem de Orce', ou o Homem de Piltdown) têm sido também usadas para desacreditar a teoria da evolução. É importante lembrar, no entanto, que essas fraudes não foram feitas com o intuito de tentar sustentar "o evolucionismo", mas por motivos de ascenção pessoal, seja profissional ou financeira, e são sempre desmascaradas pelos próprios evolucionistas.

Alguns criacionistas questionam também experiências, relacionadas à demonstração da seleção natural, como aquela relativa às mariposas cujas cores foram influenciadas pelas mudanças advindas da Revolução Industrial. Nesse caso especificamentem, apontam falhas irrisórias na metodologia como confirmação de que não existiria seleção natural (apesar desse não ser o único exemplo bem relatado de seleção natural). Isso implica na defesa de espécies absolutamente fixas, como um ideal platônico, o que não é aceito até mesmo pela maioria dos criacionistas hoje em dia, que abandonaram o fixismo clássico, aceitando seleção natural e até mesmo um grande número de especiações, apesar de manterem a crença nas criações especiais.

Um dos principais argumentos dos criacionistas baseia-se na refutação da geração espontânea. Louis Pasteur demonstrou experimentalmente que a vida não surge espontaneamente de matéria sem vida, na sua forma moderna, como havia sido proposto por cientistas da época. Estendendo os resultados destes experimentos, argumenta-se que foi provado que nenhum mecanismo pode gerar vida de qualquer matéria sem vida. Como evidência, aponta-se que nenhum experimento foi capaz de demonstrar o contrário, a despeito de várias décadas de tentativas. Irônicamente, a vida surgindo da não vida é justamente o que os criacionistas defendem como tendo ocorrido em muitos casos, mas em um salto abrupto de complexidade, em um hipotético período em que ainda não existiriam as leis naturais hoje conhecidas.

A afirmação de que nenhuma vida pode surgir de não-vida foi recentemente desafiada a partir de experimentos onde um virus é sintetizado em laboratório, mas a questão de se um vírus pode ou não ser considerado um ser vivo nunca foi um consenso entre cientistas. Outra questão levantada pelos criacionistas é que esse tipo de experimento na verdade comprovaria a necessidade de uma inteligência e intencionalidade por trás do processo. No entanto, é imprescindível lembrar-se que experimentos laboratoriais são fundamentalmente diferentes de processos de simples montagem intencional, pois na realidade visam reproduzir as situações em que um fenômeno ocorreria naturalmente, espontâneamente.



Organizações

Lista mais extensa: Organizações Criacionistas

Fonte

Criado por Sapiens

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