Maria Odete tem 35 anos, mora em São Paulo, zona leste e trabalha no Centro da cidade. Todos os dias acorda cedo e pega o ônibus 3.49 em direção ao metrô do Brás, de onde viaja até a Sé. Caminha até o trabalho que fica a 6 travessas desta estação. Em dias de chuva, toma uma van ou outro ônibus para chegar ao trabalho. Ela não terminou os estudos do ensino fundamental, porém fez um curso profissionalizante de informática, que lhe garantiu a vaga de secretária em uma pequena gráfica, trabalho que garate sua renda de R$350 por mês, com direito a vale transporte – 2 vales por dia.
Maria Odete é separada, tem dois filhos. Um deles não mora mais com ela, trabalha no interior. O outro, mais novo, está cursando o ensino fundamental em escola pública. Nos fins de semana, Maria Odete faz bico como diarista para complementar a renda. Como conhece bem São Paulo, raramente tem dificuldade de chegar de ônibus ao local de trabalho, além do mais, sua diária é de R$60 mais vale de transporte de ida e volta. Essa renda extra permite que Maria Odete economize para comprar uma máquina de lavar, seu mais recente sonho de consumo.

Ching tem 43 anos e mora em Taiwan na China. Trabalha numa empresa de exportação de placas eletrônicas. Trabalha em média 10 horas por dia, realizando negócios com países da América Latina – continente de sua responsabilidade. Acabou por apaixonar-se pelo Brasil e quando apareceu uma oportunidade de viagem a trabalho para este país, aproveitou para prolongar a estadia e fazer turismo. Sua viagem foi a São Paulo, capital, passou maior parte do tempo em um prédio comercial bem no centro da Avenida paulista. Agora que terminou o trabalho, Ching quer conhecer as opções de lazer e turismo cultural de São Paulo, tem especial interesse em prédios antigos e precisa fazer uma visita a bolsa de valores.
Ching é solteiro, está ainda procurando uma esposa. Com tanto trabalho, não tem tempo para relacionamentos. Ele não fala português, apenas mandarim e inglês. De São Paulo vai ao Rio para conhecer as praias e as escolas de samba de que tanto ouviu falar. Ching prefere acredita que andar de ônibus é a melhor maneira de conhecer uma cidade. Além de fazer caminhadas.

Maurício tem 24 anos, é universitário. Está cursando o quarto período do curso de Direito. Ele mora em São Paulo, na Vila Mariana. Vai para a faculdade de carro, todos os dias a noite, durante o dia ele faz estágio na firma do irmão do seu pai, que também é advogado e possui um escritório tradicional no centro da cidade.

Mauricio dificilmente anda de ônibus. Ainda pega o metrô de vez em quando, na hora do almoço, para não ter que tirar o carro do estacionamento. O seu carro quebrou, a oficina fez uma previsão de cinco dias úteis para conserto. O Maurício tem que pegar ônibus para chegar até a estação Vila Mariana, que é um pouco distante da sua casa. Da estação, vai de metrô até a estação São Bento de onde rapidamente pode caminhar até o trabalho, que fica a menos de dois blocos dali.

Maurício não vê problemas em ter que pegar um Ônibus. Não é o seu meio de transporte preferido mas não se precisar, não se opõe. O que mais o desanima é ter que acordar mais cedo para chegar a tempo no trabalho apesar da espera e baldeações. Ele não vê a hora de ter seu carro de volta.